No coração de Anápolis, um símbolo de fé se impõe não apenas pela beleza arquitetônica, mas pela força de uma devoção que atravessa gerações: a Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa.
Sua origem está diretamente ligada à história de uma mulher simples e devota, Maria Teresa de Jesus, conhecida carinhosamente como dona Terezona, uma lavadeira baiana que marcou o início de uma das mais fortes manifestações religiosas da cidade.
Moradora da então Rua Nova — atual Rua 7 de Setembro —, dona Terezona começou a organizar novenas em sua casa, após encomendar da cidade baiana de Bom Jesus da Lapa uma estampa do Senhor Bom Jesus.
O que era uma prática pessoal de fé se transformou, com o passar dos anos, em uma verdadeira romaria popular, ganhando cada vez mais fiéis.
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Em 1913, o movimento chamou a atenção do pároco espanhol Henrique Oliver Isquierdo, da Igreja Sant’Ana, que decidiu apoiar a festividade, formando uma comissão com paroquianos influentes — entre eles o baiano Faustino Plácido do Nascimento, professor e farmacêutico, que assumiu a presidência da organização.
Com esse impulso, no ano seguinte, em 1914, teve início a construção de uma capela no Largo Novo, local que ganharia novos nomes ao longo do tempo: Largo do Bom Jesus, Praça da Bandeira e finalmente Praça Bom Jesus.
A primeira capela foi concluída em 1916, mas com o aumento constante do número de fiéis, uma nova e mais ampla igreja foi sendo erguida aos poucos.
O reconhecimento veio em 1935, quando a igreja foi elevada à categoria de paróquia, sob a liderança do cônego João Olímpio Pitaluga, seu primeiro pároco.
Décadas depois, em 1966, com a criação oficial da Diocese de Anápolis, a igreja foi elevada à condição de Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa, marco que consolidou de vez sua importância religiosa e cultural para o município.